"Nome de Família" aborda identidade no mundo globalizado"
Eu assisti e acho que vale a pena ver.
O cinema da diretora indiana Mira Nair ("Um Casamento à Indiana") sempre esteve focado na questão da identidade cultural de seus personagens, por mais distantes que eles estivessem de suas origens. Em seu novo trabalho, "Nome de Família", que estréia em todo o país nesta sexta-feira, o tema conduz a narrativa.
O protagonista é Gogol Ganguli (Kal Penn), filho de imigrantes indianos, nascido nos Estados Unidos. Ele está dividido entre a cultura de seus pais e aquela que ele mesmo encontrou no país onde nasceu. Não por acaso, as pessoas sempre pensam que ele é um imigrante e não um cidadão norte-americano.
Gogol deve seu nome ao escritor Nikolai Gogol (cujo conto mais famoso é "O Capote"). O pai do rapaz acredita que sua vida foi salva graças ao livro do russo que lia quando sofreu um acidente de trem na Índia, nos anos 1970. Para o filho, porém, o nome é uma sina, da qual tentará se livrar diversas vezes. E, quando consegue, passa a sentir um vazio.
O roteiro é assinado por Sooni Taraporevala (que trabalhou com Mira em seus primeiros filmes, "Salaam Bombay!" e "Mississippi Massala") e baseado no romance "O Xará", de Jhumpa Lahiri, uma inglesa descendente de indianos e radicada nos Estados Unidos. Ou seja, a questão da identidade cultural (o duelo entre as tradições e a modernidade) está presente desde o início, com o livro, e passa pela sensibilidade da diretora.
ABRAÇAR O NOVO
Quando Gogol enfrenta o dilema. recebe um sábio conselho: "Abrace o que é novo e não se esqueça do velho." É o que guia o rapaz na sua jornada em busca de se aceitar como filho da primeira geração de imigrantes, que não pode abandonar os ritos tradicionais da família, mas sente enorme fascinação pela modernidade de seu país.
Gogol acaba se envolvendo com a jovem norte-americana Max (Jacinda Barrett). O romance dos dois constrange e assusta os pais do rapaz -- interpretados pelos veteranos atores de Bollywood Irfan Khan e Tabu. O próprio rapaz se convence das dificuldades de manter um romance multicultural e acaba se apaixonando, mais tarde, por uma moça de origem indiana, como ele.
Em "Nome de Família" todos os personagens têm um momento como protagonistas. É como se a vida de todos fosse importante para a construção da narrativa.
Assim, o filme vai somando mais e mais camadas, aumentando sua complexidade. Há também um grande respeito e admiração pelos rituais indianos. Se fosse feito por um diretor de outra origem, o resultado poderia parecer mero encantamento de estrangeiro com as cores e tradições da cultura indiana, mas Mira não se deixou levar pelo lado exótico, ficou muito à vontade e contou a história como se conhecesse cada personagem, o que só aumentou a sua beleza.
(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)
VEJA O TRAILER:
O protagonista é Gogol Ganguli (Kal Penn), filho de imigrantes indianos, nascido nos Estados Unidos. Ele está dividido entre a cultura de seus pais e aquela que ele mesmo encontrou no país onde nasceu. Não por acaso, as pessoas sempre pensam que ele é um imigrante e não um cidadão norte-americano.
Gogol deve seu nome ao escritor Nikolai Gogol (cujo conto mais famoso é "O Capote"). O pai do rapaz acredita que sua vida foi salva graças ao livro do russo que lia quando sofreu um acidente de trem na Índia, nos anos 1970. Para o filho, porém, o nome é uma sina, da qual tentará se livrar diversas vezes. E, quando consegue, passa a sentir um vazio.
O roteiro é assinado por Sooni Taraporevala (que trabalhou com Mira em seus primeiros filmes, "Salaam Bombay!" e "Mississippi Massala") e baseado no romance "O Xará", de Jhumpa Lahiri, uma inglesa descendente de indianos e radicada nos Estados Unidos. Ou seja, a questão da identidade cultural (o duelo entre as tradições e a modernidade) está presente desde o início, com o livro, e passa pela sensibilidade da diretora.
ABRAÇAR O NOVO
Quando Gogol enfrenta o dilema. recebe um sábio conselho: "Abrace o que é novo e não se esqueça do velho." É o que guia o rapaz na sua jornada em busca de se aceitar como filho da primeira geração de imigrantes, que não pode abandonar os ritos tradicionais da família, mas sente enorme fascinação pela modernidade de seu país.
Gogol acaba se envolvendo com a jovem norte-americana Max (Jacinda Barrett). O romance dos dois constrange e assusta os pais do rapaz -- interpretados pelos veteranos atores de Bollywood Irfan Khan e Tabu. O próprio rapaz se convence das dificuldades de manter um romance multicultural e acaba se apaixonando, mais tarde, por uma moça de origem indiana, como ele.
Em "Nome de Família" todos os personagens têm um momento como protagonistas. É como se a vida de todos fosse importante para a construção da narrativa.
Assim, o filme vai somando mais e mais camadas, aumentando sua complexidade. Há também um grande respeito e admiração pelos rituais indianos. Se fosse feito por um diretor de outra origem, o resultado poderia parecer mero encantamento de estrangeiro com as cores e tradições da cultura indiana, mas Mira não se deixou levar pelo lado exótico, ficou muito à vontade e contou a história como se conhecesse cada personagem, o que só aumentou a sua beleza.
(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)
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