domingo, 13 de junho de 2010

Rede de Pesquisa Comparativa

CODESRIA: "No âmbito das iniciativas que estão a ser levadas a cabo através dos seus novos programas, o Conselho para o Desenvolvimento da Pesquisa em Ciências Sociais em África (CODESRIA), lança um apelo a propostas para a constituição de uma Rede de Pesquisa Comparativa (RPC) com o objectivo de realizar estudos sobre ou em torno dos temas que foram identificados como prioritários para o ciclo programático 2007-2011 do CODESRIA." Saiba dos temas, das regras, do prazo de execução e dos montantes alocáveis, aqui.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

XI Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais

Salvador Bahia Brasil – 12 a 14 de Dezembro de 2010
A cidade de Salvador foi escolhida para abrigar, pela primeira vez, o Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais, nos dias 12, 13 e 14 de Dezembro deste ano. O Evento, que está em sua décima primeira edição, tem como tema as “Diversidades e (Des)Igualdades”, que serão discutidos em 22 eixos temáticos. Durante os três dias de evento, especialistas em ciências sociais e humanidades de diversos países estarão reunidos para debater a diversidade e a complexidade de sociedades diferenciadas, nos mais variados aspectos, como é o caso dos países de língua portuguesa.
A programação acadêmica acontece no campus de Ondina da UFBA, e conta com a realização de eventos públicos e atividades culturais no centro histórico de Salvador. O XI Congresso Luso Afro Brasileiro está sendo organizado por um comitê composto de pesquisadores de todas as universidades públicas da Bahia, com a coordenação do Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO) da Universidade Federal da Bahia.
A última edição do evento foi realizada na cidade de Braga, em Portugal, no ano de 2009, e reuniu cerca de dois mil participantes. Para esta edição, estima-se um público ainda maior.
Para maiores informações e inscrições:
http://www.conlab.ufba.br/

terça-feira, 8 de junho de 2010

Confira


Portal do CODESRIA em português, aqui. Amplie a imagem clicando sobre ela com o lado esquerdo do rato.

domingo, 6 de junho de 2010

História e prismas

"(Le Monde): Você contesta o relato do tráfico negreiro no sentido da pura pilhagem de Africanos pelos Brancos. Por quê?
(Ibrahima Thioub): A visão "cromática" de África conduz a uma imagem falsa da escravatura. O tráfico não se limitou à venda de Negros aos Brancos nos portos africanos. Ela engloba a maneira pela qual os escravos eram "produzidos" no interior do continente e encaminhados para a costa. Este sistema atlântico era uma organização global, que metia em relação, num parceria assimétrica mas interessada, as companhias europeias e as elites africanas. Estas utilizavam o tráfico para redefinir as relações de poder no continente."
Extracto de uma entrevista dada ao "Le Monde" pelo historiador senegalês Ibrahima Thioub, especialista do tráfico negreiro, da escravatura e da descolonização. Se quiser traduzir, use este tradutor: Free Translation

sábado, 5 de junho de 2010

É Proibido Dar Comida ( Por Erasmo Ruiz)


É Proibido Dar Comida (Erasmo Ruiz-UECE)

As cidades estão "infestadas" de pedintes, crianças abandonadas e moradores de rua. Apesar dessa condição ultrajante, de serem animais vivendo em meio aos dejetos da sociedade, ainda são, pasmem, seres humanos. E como tal, são indivíduos que desfrutam do estatuto de pessoas, abarcados por uma instância jurídica e política chamada cidadania.
Muitos hão de convir que essa história de "cidadania" costuma funcionar relativamente bem em acordo com o limite do cartão de crédito. Gente despossuída, ou melhor, gente que possui precariamente os trapos que cobrem o corpo não são seres que possam ser contemplados por essa peça ficcional do E$tado Burguê$. Para eles, ultimamente (ou quem sabe sempre), tem restado as execuções sumárias embaixo de viadutos ou de serem "peças" pirotécnicas para o deleite sádico de delinquentes de classe média.
Mas, convenhamos. Moradores de rua são péssimos lembretes, atrapalham o comércio e ainda cometem a descortesia de evacuar e urinar nos espaços públicos enquanto os ditos cidadãos de respeito aumentam o fluxo do esgoto sem tratamento que poluí rios e mananciais. Realmente, abrir uma loja e encontrar na frente dela um monte de cocô deve ser uma experiência traumática.
Sendo assim, alguns mui dignos moradores do Bairro de Santa Cecília em São Paulo resolveram, de forma cívica e cidadã, atuar sobre o problema. Irão fazer uma ofensiva contra as ONGs que promovem distribuição de comida para essas massa de homens lixo que exercem seu direito de ir e vir pelas ruas do bairro. O objetivo é fazer com que na ausência de comida estes cidadãos plenos em direito e fome possam procurar outras paragens.
Tão importante decisão foi tomada por um autodenominado "Conselho de Segurança" integrado por moradores, comerciantes, polícia e representantes da Sub Prefeitura da Sé, Guarda Civil e Santa Casa de Misericórdia (digamos que o nome do hospital parece soar um tanto irônico).

O Egrégio Conselho irá mapear as ONGs e lanchonetes do bairro que ao invés de jogarem comida fora doam comida a pessoas que estão sem comer. Numa estratégia educativa, os responsáveis serão abordados um a um para que parem de doar comida. Caso a estratégia educacional não surta efeito, os cidadãos de bem notificarão a Vigilância Sanitária para que interdite os restaurantes e lanchonetes irregulares que continuam realizando ato tão hediondo quanto o de alimentar miseráveis. Um comerciante mais afoito já tomou a dianteira. Diz jogar desinfetante nas pessoas sempre que as encontra na frente do seu produtivo estabelecimento.
Com medo que seu maravilhoso e tradicional bairro se transforme em antro de moradores de rua, cidadãos plenos de direitos, patriotas, cristãos e pagadores de impostos buscam uma saída prática e radical: livrar-se do "lixo" humano que se alimenta de sobras que deveriam se transformar em lixo. Seres humanos que moram nas ruas e que, em tese, estariam sem perspectiva de vida a não ser viverem na rua, são brindados por uma ação sem perspectiva a não ser aquela perspectiva típica das soluções fascistas que lidam com qualquer ruído como algo a ser extirpado. Essa gente sem comida, banho e trabalho deve ser retirada dali e caberá a outros cidadãos usarem da mesma solução no dia em que esses homens lixo se mudarem para novos locais.
Fica a pergunta no ar. Quando alguém terá a brilhante idéia de criar um campo de concentração para colocar esse povo que tanto incomoda? Bastaria arrumar um lugar bem longe, de preferência o subúrbio do subúrbio do subúrbio, cercar tudo com arame farpado eletrificado, fazer uma cota para pagar os vigilantes da guarita e instituir a pena de morte para quem resolvesse fugir de tão hospitaleiro abrigo. Engana-se quem achava que a Faixa de Gaza fica apenas no oriente médio. A diferença é que somos mais "sutis" em nossos bloqueios econômicos. Contra esses terroristas de merda, urina e mal cheiro, AS ARMAS DA FOME!

47 anos, Psicólogo e Professor da Universidade Estadual do Ceará

terça-feira, 1 de junho de 2010

BBC. Welcome to Lagos. Ep 1 [part 1/6]

Lagos constitui uma cidade com cerca de 10 milhões de habitantes e uma das maiores do Mundo em termos de crescimento demográfico. Como muitas outras metrópoles, os problemas de habitação, de transporte ou ambientais são uma realidade. Na cidade são produzidas cerca de 3000 toneladas de lixo por dia. A vida na principal lixeira é dinâmica e o negócio de aproveitamento do lixo absorve cerca de 5000 pessoas, que entre os despejos recolhem ferro, plástico, borracha, bronze, alumínio, baterias ou recipientes de perfume para posterior revenda. A maioria destas pessoas reside na lixeira onde construíram a sua própria cidade, com lojas, restaurantes, bares, barbearias, três cinemas e, inclusive, uma mesquita. Trata-se de uma cidade dentro da própria lixeira, dentro da própria cidade. De acordo com o documentário da BBC "Welcome to Lagos", para a maioria das pessoas o Estado constitui uma realidade extremamente distante, inacessível e abstracta. Vídeo disponível aqui.

sábado, 29 de maio de 2010

A inter-produção de conhecimento

Por diversos países do continente europeu ou americano encontramos inúmeros centros de estudos africanos. Ainda que não tenha dados empíricos sobre o assunto tenho por hipótese que os investigadores não africanos estão claramente sobre-representados na maioria destas universidades, nas conferências internacionais ou nas revistas especializadas sobre o conhecimento de África.

Por que motivo não se multiplicam, no continente africano e da mesma forma, centros de estudos europeus, centros de estudos americanos ou centros de estudos asiáticos? Afinal são os que mais investem no continente. Parece-me que não seria muito difícil encontrar financiamento.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Documentário: Língua-vidas em português + Este ano comemora-se o centenário de Aurélio Buarque de Holanda


Este ano comemora-se o centenário de Aurélio Buarque de Holanda

O professor Aurélio Buarque de Holanda era tão apaixonado pelas palavras que decidiu criar o seu próprio dicionário e o seu nome passou a ser conhecido por todos como o dicionário Aurélio.

Mas ele foi autor, filólogo, escritor, tradutor, crítico. O autor popularizou o acesso ao dicionário e inovou ao introduzir citações de outros autores ao lado da definição das palavras. Mas não deixou que o próprio nome fosse incluído na lista, como sinônimo de dicionário.

O Arquivo N presta uma homengem ao centenário de Aurélio Buarque de Holanda.



Documentário: Língua-vidas em português
Vi esse trecho e fiquei com muita vontade de ver todo.
Esse vai pra minha lista de coisas para baixar na internet.
Fica a dica :D

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Bacon e o "método da abelha"

De Francis Bacon: "Aqueles que se ocuparam das ciências foram ou Empiristas ou Dogmáticos. Os Empiristas, à maneira das formigas, apenas amontoam e consomem; os Racionalistas, à maneira das aranhas, tecem teias a partir de si próprios: mas o método da abelha situa-se a meio, já que recolhe a matéria das flores dos jardins e dos campos, mas transforma-a e digere-a através de uma faculdade que lhe é própria. E não é diferente o verdadeiro trabalho da filosofia; não se alimenta apenas ou principalmente das forças da mente, nem deposita intocável, na memória, a matéria que lhe é fornecida pela história natural ou pelas experiências mecânicas, mas antes no entendimento, uma vez modificada e transformada. Assim, de uma aliança mais estreita e respeitada entre estas duas faculdades, a experimental e a racional, aliança que até agora ainda não foi conseguida, algo de bom é de esperar.(...)" BACON, Francis. Novum organum, XCV.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Playboy em Angola e Moçambique

South Africa's first 'Playboy' edition of 1993
De acordo com o Afrol News a revista erótica playboy tem em vista a criação de uma edição angolana ainda durante este ano, considerando também a possibilidade de Moçambique.

A revista apresenta-se a si própria como um espaço de "nude girls, sexy women and playmates" e, desde o início, tem sido alvo da contestação de grupos conservadores e feministas, pelo facto de apresentarem o corpo da mulher de uma forma sexista. A contestação tem variado, no entanto, de continente para continente.

A notícia faz uma observação interessante: No continente africano regista-se um profundo conservadorismo em relação ao sexo e revistas como a Playboy constituem ainda um tabu, tendo inclusive sido banidas em vários países. Exceptua-se a África do Sul, que tem publicada a sua própria edição desde 1993. De acordo com a notícia, Angola e Moçambique constituiriam o segundo e terceiro país africano a publicar a sua edição nacional da Playboy e o grupo alvo constituirá, num primeiro momento, os milhares de imigrantes portugueses residentes nestes dois países.

A concretizar-se este projecto da Playboy, como será a reacção das sociedades angolanas e moçambicanas a este fenómeno? Que espaço terá a revista no mercado local? Quem constituirão os grupos-alvo?

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A conferir


Texto a baixar aqui.

domingo, 23 de maio de 2010

"Invasão chinesa"?

(Um casal moçambicano espreita por entre o portão do estaleiro do futuro estádio nacional, em Maputo, 2009)

Na semana passada, numa apresentação pública de um estudo sobre as relações sino-moçambicanas em contexto laboral em Maputo (estudo que será brevemente publicado numa obra do CEA da UEM, coordenado pelo Professor Carlos Serra), foi conferido particular destaque à desmistificação do rumor segundo o qual os trabalhadores chineses em Moçambique constituem populações presidiárias. Trata-se de um rumor largamente difundido por vários países da África austral, por exemplo em Angola, Namíbia, África do Sul e Botswana. A existência deste rumor pode dever-se a 4 factores:


a) à existência de uma memória histórica de trabalho forçado (vulgo chibalo)

b) ao facto de muitos africanos não estarem habituados a ver populações de origem não africana a realizar trabalhos braçais (conduzir máquinas nas obras, carregar baldes, etc.) e a dormir em camaratas, como o fazem muitos trabalhadores chineses.

c) Ao facto de os trabalhadores chineses realizarem longas horas de trabalho (por vezes 80 horas por semana) com uma disciplina laboral extrema e desconhecida no país.

d) Ao facto de estas populações se fecharem sobre si próprias, sobretudo quando interpeladas por populações não asiáticas. Ou seja, “se se escondem é porque têm algo a esconder”.


Um jornalista do jornal moçambicano O País esteve presente na referida apresentação dos resultados e, repetindo acriticamente uma reportagem do El País, deu o seguinte título à peça jornalística: "A invasão chinesa".

Possivelmente, estamos perante um novo receio, o de uma “invasão chinesa”, de uma “recolonização de África”. Recentemente comparei os movimentos migratórios de populações chinesas para outros países da Ásia, Europa e América e constatei que a esmagadora maioria destas populações não se desloca, de forma alguma, para o continente africano e muito menos para Moçambique.


Com base em dados de 1997 (portanto claramente desactualizados), a população chinesa na Indonésia (7,3 milhões), Tailândia (6,3 milhões), Malásia (5,4 milhões), Estados Unidos (2,7 milhões), Rússia (1 milhão) é claramente superior à actual população chinesa na África do Sul (já li que são 300 mil, também já li que são cerca de 500 mil) ou em Moçambique (actualmente são 10 mil? 20 mil? ninguém sabe ao certo).


O que é uma "invasão"? Porquê a utilização deste conceito? Faz sentido falar em “invasão chinesa”?

Qual a diferença entre Durkheim, Karl Marx e Max Weber?



Uma vez me deparei com essa pergunta na Internet. “Qual a diferença entre Durkheim, Karl Marx e Max Weber?”. Vi a seguinte resposta:

Émile Durkheim (Épinal, 15 de abril de 1858 — Paris, 15 de novembro de 1917) é considerado um dos pais da sociologia moderna. Durkheim foi o fundador da escola francesa de sociologia, posterior a Marx, que combinava a pesquisa empírica com a teoria sociológica. É reconhecido amplamente como um dos melhores teóricos do conceito da coerção social.Partindo da afirmação de que "os fatos sociais devem ser tratados como coisas", forneceu uma definição do normal e do patológico aplicada a cada sociedade.

Karl Heinrich Marx (Tréveris, 5 de maio de 1818 — Londres, 14 de março de 1883) foi um intelectual alemão considerado um dos fundadores da Sociologia. Também podemos encontrar a influência de Marx em várias outras áreas tais como: filosofia, economia, história já que o conhecimento humano, em sua época, não estava fragmentado em diversas especialidades da forma como se encontra hoje. Teve participação como intelectual e como revolucionário no movimento operário, sendo que ambos (Marx e o movimento operário) influenciaram uns aos outros durante o período em que o autor viveu.Atualmente é bastante difícil analisar a sociedade humana sem usar seu pensamento como referência, mesmo que a pessoa não seja simpática à ideologia construída em torno de seu pensamento intelectual, principalmente em relação aos seus conceitos econômicos.


Maximillian Carl Emil Weber (Erfurt, 21 de Abril de 1864 — Munique, 14 de Junho de 1920) foi um intelectual alemão, jurista, economista e considerado um dos fundadores da Sociologia. Seu irmão foi o também famoso sociólogo e economista Alfred Weber e sua esposa a socióloga e historiadora de direito Marianne Schnitger.
A análise da teoria weberiana como ciência tem como ponto de partida a distinção entre quatro tipos de ação:A ação racional com relação a um objetivo / A ação racional com relação a um valor/ A ação afetiva / A ação tradicional


Achei a resposta  muito simplória para acreditar que era só isso que os diferenciavam.
Lembrei de quando eu era pequeno e via televisão o dia inteiro. Aquela caixa mágica era meu vínculo com a sociedade para além do meu lar.

Na escola nunca fui o mais popular, nem fui bom em esportes. Hoje dou boas gargalhadas lembrando que as moças só falavam comigo para pedir as respostas das questões de matemática ou para pedir uma caneta.



Aos poucos fui me tornando mais introspectivo e aquela caixa mágica foi se tornando uma referência para mim. Já adulto comprei um computador e isso significou muito para meu trabalho. Então, meio que troquei a TV pelo computador, vale lembrar que os livros nunca perderam sua função para mim. Minha mãe uma vez me pegou literalmente com o rosto na tela da TV, ela me perguntou o que eu via ali, eu respondi que via pontos vermelhos, azuis e verdes.
Esses pontos ficaram na minha memória. Como podem 3 cores conseguirem mostrar todo o mundo?

Entrei na Universidade e descobri Marx, Durkheim e Weber, Os 3 porquinhos.
Na minha mente de alguma forma eu associei as cores aos autores, Marx era vermelhoDurkheim era Azul, e Weber era verde.
 
Sempre vinculei o pensamento de Durkheim a busca da harmonia na sociedade, já Marx eu associava a transformação, a luta de classes, a busca pela ruptura de velhos paradigmas, e Weber para mim era alguém que buscava os sentidos e os rumos que a sociedade poderia ter.

Como três pensamentos distintos podem ter o poder de descrever o mundo?
Eu achava isso incrível e por vezes tentei destruir as “casas dos 3 porquinhos” usando o lobo mau da realidade. Mas sempre uma das “casas - teorias” deles ficava em pé.



Analogia que eu fazia com o conto dos três porquinhos, que cada um construiu uma casa de material diferente buscando resolver o mesmo problema, o lobo mau que para mim era a realidade, que destrói todo e qualquer idealismo ou pretensa visão de mundo que tente confinar a realidade. 
Mas aquelas cores?
Depois descobri que aqueles pontos eram pixels, e que cada um deles contém as três cores: azul, verde e vermelho e que combinando tonalidades dos três pontos é possível exibir pouco mais de 16.7 milhões de cores diferentes. Foi então que as coisas começaram a fazer mais sentido.
Da mesma forma que somente três cores tinham a capacidade de representar a realidade na tela da TV, os clássicos conseguiam representar de alguma forma uma teoria social que representaria a realidade social,  nem que fosse de maneira desbotada.

Entendi que a habilidade das três teorias clássicas consiste justamente na capacidade delas de serem distintas entre si, de interpretarem a realidade social de três pontos de vista diferentes. Assim como na história dos três porquinhos, duas das três casas poderiam cair, mas pelo menos uma ia ficar de pé e dar conta do recado, e pelo menos igualar força com a realidade cruel do lobo mau.