sábado, 29 de maio de 2010

A inter-produção de conhecimento

Por diversos países do continente europeu ou americano encontramos inúmeros centros de estudos africanos. Ainda que não tenha dados empíricos sobre o assunto tenho por hipótese que os investigadores não africanos estão claramente sobre-representados na maioria destas universidades, nas conferências internacionais ou nas revistas especializadas sobre o conhecimento de África.

Por que motivo não se multiplicam, no continente africano e da mesma forma, centros de estudos europeus, centros de estudos americanos ou centros de estudos asiáticos? Afinal são os que mais investem no continente. Parece-me que não seria muito difícil encontrar financiamento.

5 comentários:

  1. João, tenho proposto isso ao longo dos anos...Vamos a ver.

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  2. Penso que seria bem divertido fazer, por exemplo, uma etnografia entre os ciganos (tal como sao feitas entre os macondes, tsongas, etc...por investigadores ociedentais) e tornarmo-nos, tambem, especialistas em assuntos etnicos europeus!!!!

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  3. Carlos Bavo, de facto seria para muito interessante conhecer uma interpretação dos conflitos étnicos em Espanha, na Irlanda ou na Bósnia, a partir de um centro de Estudos Europeus em África. O mesmo em relação a um estudo antropológico das medicinas populares de Vilar de perdizes no norte de Portugal, dos rituais de iniciação das tribos urbanas europeias ou da reinvenção da cultura Celta na Europa Ocidental. Estou convencido que ao estudarmos os "Outros" (sejam "Eles" quem forem) estamos no fundo a compreendermo-nos a "Nós" próprios (sejamos "Nós" quem formos)

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  4. O Joao esta muito certo, deve sempre valer a pena compreendermo-nos a "Nos" proprios, sejamos "Nos" quem formos.

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