Por que motivo não se multiplicam, no continente africano e da mesma forma, centros de estudos europeus, centros de estudos americanos ou centros de estudos asiáticos? Afinal são os que mais investem no continente. Parece-me que não seria muito difícil encontrar financiamento.
sábado, 29 de maio de 2010
A inter-produção de conhecimento
Por que motivo não se multiplicam, no continente africano e da mesma forma, centros de estudos europeus, centros de estudos americanos ou centros de estudos asiáticos? Afinal são os que mais investem no continente. Parece-me que não seria muito difícil encontrar financiamento.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Documentário: Língua-vidas em português + Este ano comemora-se o centenário de Aurélio Buarque de Holanda
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Bacon e o "método da abelha"
terça-feira, 25 de maio de 2010
Playboy em Angola e Moçambique
segunda-feira, 24 de maio de 2010
domingo, 23 de maio de 2010
"Invasão chinesa"?
Na semana passada, numa apresentação pública de um estudo sobre as relações sino-moçambicanas em contexto laboral em Maputo (estudo que será brevemente publicado numa obra do CEA da UEM, coordenado pelo Professor Carlos Serra), foi conferido particular destaque à desmistificação do rumor segundo o qual os trabalhadores chineses em Moçambique constituem populações presidiárias. Trata-se de um rumor largamente difundido por vários países da África austral, por exemplo em Angola, Namíbia, África do Sul e Botswana. A existência deste rumor pode dever-se a 4 factores:
b) ao facto de muitos africanos não estarem habituados a ver populações de origem não africana a realizar trabalhos braçais (conduzir máquinas nas obras, carregar baldes, etc.) e a dormir em camaratas, como o fazem muitos trabalhadores chineses.
c) Ao facto de os trabalhadores chineses realizarem longas horas de trabalho (por vezes 80 horas por semana) com uma disciplina laboral extrema e desconhecida no país.
d) Ao facto de estas populações se fecharem sobre si próprias, sobretudo quando interpeladas por populações não asiáticas. Ou seja, “se se escondem é porque têm algo a esconder”.
Um jornalista do jornal moçambicano O País esteve presente na referida apresentação dos resultados e, repetindo acriticamente uma reportagem do El País, deu o seguinte título à peça jornalística: "A invasão chinesa".
Possivelmente, estamos perante um novo receio, o de uma “invasão chinesa”, de uma “recolonização de África”. Recentemente comparei os movimentos migratórios de populações chinesas para outros países da Ásia, Europa e América e constatei que a esmagadora maioria destas populações não se desloca, de forma alguma, para o continente africano e muito menos para Moçambique.
Com base em dados de 1997 (portanto claramente desactualizados), a população chinesa na Indonésia (7,3 milhões), Tailândia (6,3 milhões), Malásia (5,4 milhões), Estados Unidos (2,7 milhões), Rússia (1 milhão) é claramente superior à actual população chinesa na África do Sul (já li que são 300 mil, também já li que são cerca de 500 mil) ou em Moçambique (actualmente são 10 mil? 20 mil? ninguém sabe ao certo).
O que é uma "invasão"? Porquê a utilização deste conceito? Faz sentido falar em “invasão chinesa”?
Qual a diferença entre Durkheim, Karl Marx e Max Weber?
Karl Heinrich Marx (Tréveris, 5 de maio de 1818 — Londres, 14 de março de 1883) foi um intelectual alemão considerado um dos fundadores da Sociologia. Também podemos encontrar a influência de Marx em várias outras áreas tais como: filosofia, economia, história já que o conhecimento humano, em sua época, não estava fragmentado em diversas especialidades da forma como se encontra hoje. Teve participação como intelectual e como revolucionário no movimento operário, sendo que ambos (Marx e o movimento operário) influenciaram uns aos outros durante o período em que o autor viveu.Atualmente é bastante difícil analisar a sociedade humana sem usar seu pensamento como referência, mesmo que a pessoa não seja simpática à ideologia construída em torno de seu pensamento intelectual, principalmente em relação aos seus conceitos econômicos.
Maximillian Carl Emil Weber (Erfurt, 21 de Abril de 1864 — Munique, 14 de Junho de 1920) foi um intelectual alemão, jurista, economista e considerado um dos fundadores da Sociologia. Seu irmão foi o também famoso sociólogo e economista Alfred Weber e sua esposa a socióloga e historiadora de direito Marianne Schnitger.
A análise da teoria weberiana como ciência tem como ponto de partida a distinção entre quatro tipos de ação:A ação racional com relação a um objetivo / A ação racional com relação a um valor/ A ação afetiva / A ação tradicional
Sempre vinculei o pensamento de Durkheim a busca da harmonia na sociedade, já Marx eu associava a transformação, a luta de classes, a busca pela ruptura de velhos paradigmas, e Weber para mim era alguém que buscava os sentidos e os rumos que a sociedade poderia ter.
Entendi que a habilidade das três teorias clássicas consiste justamente na capacidade delas de serem distintas entre si, de interpretarem a realidade social de três pontos de vista diferentes. Assim como na história dos três porquinhos, duas das três casas poderiam cair, mas pelo menos uma ia ficar de pé e dar conta do recado, e pelo menos igualar força com a realidade cruel do lobo mau.
A vida vista "por baixo"
Um trabalho de Gemuce (entrevista que lhe fiz aqui), por mim colocado no "youtube" em Fevereiro de 2008. Trata-se do resultado de uma câmara de vídeo fixada em quem parte para e em quem vem da Catembe para a cidade de Maputo. Apreciem as roupas, os sapatos (reparem que as mulheres usam, regra geral, chinelos e sapatilhas, algumas vezes veremos sapatos de melhor qualidade), a forma de caminhar, os tipos sociais possíveis de descobrir, as capulanas, os sacos, as sacolas, os baldes, os tchovas, etc.
sábado, 22 de maio de 2010
Comunicação simbólica e institucional na UEM
sexta-feira, 21 de maio de 2010
A definição de agendas de investigação
Comunicação
No ontem terminado seminário do CODESRIA/CEA, os estudantes executaram trabalhos práticos. Um dos três grupos trabalhou uma tarde a estudar a "Comunicação institucional da UEM". Aguardem os resultados.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Boa tarde a todos
Armando N'nhinda (cursante da Guiné-Bissau)
Termina hoje seminário CODESRIA/CEA
quarta-feira, 19 de maio de 2010
CODESRIA/CEA/José Mucavele
terça-feira, 18 de maio de 2010
Prossegue seminário
domingo, 16 de maio de 2010
Atelier começou hoje
Com a participação de mestrandos e doutorandos de Angola, Cabo-Verde, Guiné-Bissau e Moçambique, teve hoje início no Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane, em sessão presidida pelo seu director, Professor Armindo Ngunga, o atelier sub-regional de Metodologia em Ciências Sociais em África - Sessão especial para os Países Africanos Lusófonos, 2010 - Pesquisa de terreno e teorias do inquérito qualitativo, organizado pelo CODESRIA. O término é dia 20. Os pesquisadores enquadradores são Salvador Forquilha, Clara Saraiva, Luca Bussotti e Carlos Serra. Fotos assinalando alguns momento da sessão de abertura.
sábado, 15 de maio de 2010
sexta-feira, 14 de maio de 2010
quinta-feira, 13 de maio de 2010
segunda-feira, 10 de maio de 2010
sexta-feira, 7 de maio de 2010
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Consultorias e externalização das ciências em África
- Cerca de 30% dos cientistas trabalham sob o acicate de uma encomenda externa e não nos carris integrais da carreira académica
- A actividade exerce-se em redes mundiais
- A procura internacional (e não mais nacional) regula as agendas de pesquisa
- A busca de benefícios (mais do que de saberes) tornou-se a máxima de acção
- É o mercado que, cada vez mais, regula e avalia a actividade dos pesquisadores, não os pares.
A esse cenário escapam, ainda, países como a África do Sul e alguns países do norte de África. Confira em francês aqui. Para traduzir, aqui:
Tópicos a desenvolver por Carlos Serra
2. Visão do mundo e utilidade social. Hipótese: quanto mais fortes, actualizados e diversificados forem os holofotes teórico-metodológicos que assentamos sobre os fenómenos, maiores deverão ser a visibilidade e a profundidade obtidas. Por isso devemos ser muito rigorosos nesse sentido. Mas, ao mesmo tempo, devemos evitar a ilusão de que tudo se resume a uma questão de rigor e de treino teórico-metodológico (sedução positivista e, de alguma maneira, mimese das ciências natureza), como se analisar seres humanos pudesse ser feito com a mesma frieza e com o mesmo distanciamento com que analisamos quarks. A esse respeito, permito-me propor dois eixos de reflexão:
2.1. A consciência de que em seu trabalho todo o cientista social é condicionado por uma determinada visão do mundo, por algo que Pierre Bourdieu chamou um dia “as categorias de pensamento impensadas que delimitam o pensável e predeterminam o pensamento”.
2.2. A consciência de que as ciências sociais só são verdadeiramente úteis caso contribuam para melhorar a vida dos seres humanos. Neste sentido, talvez não seja ocioso retomar a pergunta que, no século XVIII, Jean-Jacques Rousseau fez, com a linguagem da época: tem o progresso das ciências e das artes contribuído para a virtude e para a felicidade dos seres humanos? Isto exige que nos interroguemos sobre o que e como fazemos e, quero crer, sobre uma maior intervenção social dos cientistas para além dos seus habituais campos de acção: faculdades, laboratórios, centros, seminários, etc.
Riscos científicos
Os riscos da consultorização das ciências em geral e das sociais em particular em África: o cientista trabalhando sob o acicate de uma encomenda externa e não nos carris da carreira académica; a procura internacional (e não mais nacional) regulando as agendas de pesquisa; a busca de benefícios, mais do que de saberes, tornando-se a máxima de acção; o mercado regulando e avaliando a actividade dos pesquisadores, não mais os pares.
Protocolos de pesquisa
1. Protocolos andróginos: das quantidades de um questionário à qualidade personalizada dos comentários no verso (exemplos de aplicação em escalas adaptadas de Likert); redacções de alunos do ensino primário com resultados inesperados (exemplo com uma pesquisa sobre linchamentos em Moçambique).
2. Antropologia do vestuário e dos adereços: sinais de mudança social
3. Antropologia dos rumores: estudo de fusíveis sociais
Referências bibliográficas
http://www.diplomatie.gouv.fr/fr/IMG/pdf/L_etat_des_sciences_en_Afrique.pdf
-Barber, Karin, Readings in African Popular Culture. London/Indiana: Indiana University Press/James Currey, 1997.
- Leclerc, Gérard, L’ observation de l’ homme, Une histoire des enquêtes sociales. Paris: Seuil, 1979
-Lepenies, Wolf, Les trois cultures, Entre science et littérature l’ avènement de la sociologie. Paris: Éditions de la Maison des sciences de l’ homme, 1990
-Löwy, Michael, As aventuras de Karl Marx contra o Barão de Münchhausen, Marxismo e positivismo na sociologia do conhecimento. São Paulo: Cortez Editora, 1996, 5 ed.
-Mills, C. Wright, The sociological imagination. New York: Oxford University Press, 1968
Tópicos a desenvolver por Salvador Forquilha
Sessão II: observação, entrevistas e fontes escritas (literatura cinzenta) - significado de cada um destes instrumentos, suas vantagens e limitações.
Sessão III: combinação dos instrumentos técnicos de pesquisa - o ecletismo: vantagens, limitações e desafios no processo de produção de dados.
Sessão IV: trabalhos em grupo - com base nas propostas de pesquisa dos participantes, modalidades concretas de combinação de observação, entrevistas e fontes escritas.
Olivier de Sardan, Jean-Pierre. 1995. La politique du terrain. Sur la production des donnés en Anthropologie. Enquête, n.1
Tópicos a desenvolver por Clara Saraiva
2) Os métodos qualitativos na antropologia social e cultural II . Um exercício prático baseado no documentário etnográfico “A minha aldeia não mais vive (é) aqui”
3) Pesquisa etnográfica. Diversidade cultural e tipo de trabalho de campo – fazendo trabalho de campo em casa e fora: abordagens emic/ethic e temas éticos. Trabalho de campo em zonas problemáticas ou com temas difíceis - gerindo emoções.
4) Do princípio da pesquisa ao texto final
Referências bibliográficas
BRIGGS, C. 1986 Learning how to ask, Cambridge, Cambridge University Press.
BURGUESS, R. 1984 In the field. An introduction to field research, London, Routledege.
CANE, J., ANGROSIAO, M. 1974 Field projects in anthropology, New Jersey, General Learning Press.
HUNT, M. 1985 Profiles of social research, New York, Russell Sage Foundation.
KAPLAM, A. s.d. The conduct of inquiry. Methodology for behavioral sciences. New York, Harper and Row.
MISHLER, E. 1991 Research interviewing. Context and narrative. Cambridge, Harvard University Press.
PELTO, P. 1970 Anthropological research. The structure of the inquiry, New York, Harper and Row.
POIRIER, Jean at al 1983 Les recits de vie. Theorie et pratique. Paris, PUF.
RADCLIFFE-BROWN, A.R. 1958 Method in social anthropology. Chicago. The University of Chicago Press.
SILVERMAN, D. (ed) 2006 Qualitative research. Theory, method and practice. London, Sage Publications.
SPRADLEY, J. 1979 The ethnographic interview, New York Rinehard and Winston.
SPRADLEY, J. 1980 Participant observation, New York Rinehard and Winston.
WHYTE, Williams 1984 Learning from the field. A guide from experience. Beverly Hills, Sage Publ.
WAX, R. 1975 Doing fieldwork. Warnings and advices. Chicago. The University of Chicago Press.
WILLIAMS, T. 1967 Field methods in the study of culture, New York, Rinehardt and Winston
Tópicos a desenvolver por Luca Bussotti
2. A observação participante
3. A entrevista